Camareiras de hotéis em greve por melhores salários e limpeza diária
São PauloMais de 40.000 trabalhadores de hotéis filiados ao sindicato UNITE HERE estão enfrentando difíceis negociações de contrato com grandes grupos hoteleiros como Hilton, Hyatt, Marriott e Omni. Esses trabalhadores estão exigindo aumentos salariais e o retorno da limpeza diária dos quartos, que foi reduzida durante a pandemia de COVID-19.
As faxineiras estão se sentindo sobrecarregadas porque têm mais trabalho e menos horas. Elas precisam limpar até 17 quartos por turno, com apenas 30 minutos para cada um. Elas dizem que isso é demais e não conseguem continuar. Muitos hotéis agora permitem que os hóspedes escolham não ter a limpeza diária dos quartos, alegando que isso é bom para o meio ambiente, mas na verdade ajuda a reduzir os custos de mão de obra e lidar com a escassez de funcionários.
De acordo com a UNITE HERE, cerca de 80% dos trabalhadores na limpeza de quartos de hotel são mulheres, sendo muitas delas mulheres negras e imigrantes. Segundo o sindicato, o trabalho desse grupo é frequentemente subvalorizado, e isso não é por acaso. Os problemas que elas enfrentam são:
- Redução do quadro de funcionários desde a pandemia
- Aumento da carga de trabalho por camareira
- Diminuição da renda e das horas de trabalho para os colaboradores
- Escassez crônica de pessoal na indústria hoteleira
Mais de 15.000 trabalhadores em 12 cidades, incluindo Honolulu, Boston e São Francisco, votaram para entrar em greve. Mais de 4.000 funcionários já pararam de trabalhar em várias cidades. Esta situação revela um problema significativo nas relações trabalhistas no setor de hospitalidade. Os trabalhadores estão insatisfeitos por terem enfrentado demissões temporárias e cortes de empregos devido à pandemia de COVID-19.
A Associação Americana de Hotéis e Hospedagem informa que 80% dos hotéis membros estão enfrentando dificuldades para contratar funcionários, especialmente para a área de limpeza. Mesmo com 86% dos proprietários aumentando os salários nos últimos seis meses, os trabalhadores acham que isso não é suficiente. O recente sucesso sindical no sul da Califórnia, onde conseguiram melhores salários e condições de trabalho, traz um pouco de esperança.
O movimento trabalhista destaca grandes questões, como a diferença salarial entre empregos majoritariamente ocupados por mulheres e aqueles dominados por homens. Ele também aponta que a predominância de mulheres negras em empregos mal remunerados pode ser a razão pela qual esses cargos são subvalorizados. Esta greve pode resultar em mudanças na forma como os trabalhadores de hotéis são pagos e tratados, corrigindo algumas injustiças antigas na indústria da hospitalidade.
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