Novo estudo: como o toque gentil pode fomentar sociedades cooperativas e melhorar vínculos sociais

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Por João Silva
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Animais interagindo pacificamente em um ambiente de floresta exuberante.

São PauloPesquisas sobre interações sociais entre animais e humanos indicam que o toque gentil e cuidadoso tem uma influência profunda. Ele fortalece laços e amplia a cooperação. Um estudo conduzido por Michael Griesser da Universidade de Konstanz e Miyako Warrington da Oxford Brookes University destaca a importância do toque na formação de dinâmicas sociais. O estudo sugere que o toque facilita a cooperação essencial para a sobrevivência e coesão social.

Essa pesquisa apresenta descobertas fascinantes a partir de estudos com animais, mostrando que o toque varia muito entre as espécies. Por exemplo, os pássaros-apóstolo, conhecidos por suas frequentes práticas de alisamento mútuo, exibem altos níveis de cooperação, enquanto os gaios-siberianos, que quase não se tocam, mostram comportamento cooperativo limitado. Essa relação entre toque e cooperação pode ser observada em diversas espécies.

  • Os pássaros-apóstolo frequentemente alisam uns aos outros, levando a um ambiente social cooperativo.
  • Os gaios-siberianos raramente se tocam e se envolvem em atividades cooperativas mínimas.
  • Os saguis, conhecidos por seu comportamento pró-social, vivem em grupos familiares unidos com extenso contato físico.

As implicações deste estudo se estendem para a compreensão dos construtos sociais humanos. Os humanos, assim como muitos animais sociais, são programados para conexões baseadas no toque. A ocitocina, um hormônio ligado ao vínculo e à regulação emocional, é liberada através do toque. Essa resposta química promove confiança e cooperação, essenciais para a construção de comunidades e o cultivo de relacionamentos. Os achados sugerem que encorajar o toque suave pode ser uma maneira natural de melhorar os laços sociais.

Essas observações colocam o comportamento cooperativo em um espectro. Em uma ponta, as interações são transacionais, como visto em animais que se cuidam mutuamente para benefício próprio. Na outra ponta estão comportamentos altruístas, onde os benefícios sociais vão além dos ganhos pessoais imediatos. Esse espectro reflete a diversidade de estratégias sociais entre as espécies, ditadas pelo ambiente e necessidades sociais.

O estudo explora ainda os ratos-toupeira sociais, revelando uma correlação entre comportamentos sociais e sensibilidade ao toque físico. Espécies sociais possuem mais receptores de toque, aumentando sua sensibilidade e potencialmente intensificando a interação social. Esse insight reforça o papel das experiências durante a vida inicial na formação do comportamento social adulto, essencial para a dinâmica familiar e comunitária.

Em resumo, o toque não é apenas um simples ato físico, mas um alicerce para o desenvolvimento social. Integrar os resultados deste estudo na sociedade humana sugere que incentivar o toque, especialmente durante os anos de formação, pode levar a comunidades mais coesas e cooperativas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.tree.2024.11.017

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Michael Griesser, Nigel C. Bennett, Judith M. Burkart, Daniel W. Hart, Natalie Uomini, Miyako H. Warrington. The power of caring touch: from survival to prosocial cooperation. Trends in Ecology & Evolution, 2025; DOI: 10.1016/j.tree.2024.11.017

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