Modificações nas células B indicam sucesso no tratamento do câncer de mama triplo-negativo
São PauloPesquisadores do Baylor College of Medicine e de outras instituições avançaram significativamente na compreensão de como tumores interagem com o sistema imunológico em pacientes com câncer de mama triplo-negativo (TNBC). Este tipo de câncer de mama é extremamente difícil de tratar, e a imunoterapia beneficia apenas alguns pacientes. No entanto, uma nova pesquisa publicada na revista Nature Cell Biology revela alterações específicas nas células B causadas pelos tumores, que podem ajudar a prever como os pacientes responderão ao tratamento.
A pesquisa atual identificou dois tipos distintos de anomalias nas células B no sangue e na medula óssea de pacientes com TNBC:
- TiBA-1: Redução no número de células B, possivelmente devido à competição com progenitores mieloides no microambiente da medula óssea
- TiBA-2: Aumento no número de células B imaturas, resultante de um excesso de neutrófilos que impede a maturação das células B
Tanto os grupos TiBA-1 quanto TiBA-2 estão associados a sistemas imunológicos mais fracos e respostas menos eficazes aos tratamentos padrão. Essa descoberta é crucial porque destaca a necessidade de considerar não apenas o tumor, mas também como o câncer afeta o sistema imunológico como um todo.
Dr. Xiang H.-F. Zhang, chefe do Lester and Sue Smith Breast Center da Baylor, explicou que alterações nas células imunológicas podem ser detectadas em amostras de sangue. Isso oferece uma maneira simples de monitorar e prever a eficácia dos tratamentos. Esse método pode revolucionar o tratamento do TNBC, permitindo que os médicos criem planos personalizados para pacientes que talvez não respondam aos tratamentos padrão.
A descoberta desses biomarcadores nos ajuda a compreender melhor o comportamento do câncer. Por exemplo, células B imaturas no grupo TiBA-2 causam um aumento em células T exaustas, o que indica um prognóstico desfavorável. O estudo destaca como o microambiente afeta a progressão do câncer e a resposta ao tratamento, proporcionando uma visão mais clara de como os tumores interagem com o sistema imunológico.
A equipe de Zhang continuará sua pesquisa analisando um grupo maior de pacientes e observando como as células imunes se alteram durante diferentes fases do tratamento. Este estudo de longo prazo tem como objetivo entender como as populações de células imunes mudam ao longo do tempo, o que pode auxiliar na modificação dos tratamentos para reverter essas alterações negativas.
A pesquisa tem impactos amplos. Financiada por entidades como o Departamento de Defesa dos EUA e o Instituto Nacional do Câncer, contribui para o avanço de novos tratamentos para o TNBC. Cientistas também estão explorando formas de restaurar a produção normal de células imunológicas na medula óssea para combater a capacidade do tumor de enfraquecer o sistema imunológico.
Compreender que o sistema imunológico pode influenciar significativamente o tratamento do câncer muda a forma como abordamos as terapias atuais e futuras. Se conseguirmos confirmar e expandir o uso de biomarcadores como TiBA-1 e TiBA-2, eles poderão fornecer informações valiosas para ajudar os médicos a desenvolver planos de tratamento mais eficazes. Isso visa melhorar as taxas de sobrevivência para pacientes com TNBC.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1038/s41556-024-01508-6e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Xiaoxin Hao, Yichao Shen, Jun Liu, Angela Alexander, Ling Wu, Zhan Xu, Liqun Yu, Yang Gao, Fengshuo Liu, Hilda L. Chan, Che-Hsing Li, Yunfeng Ding, Weijie Zhang, David G. Edwards, Nan Chen, Azadeh Nasrazadani, Naoto T. Ueno, Bora Lim, Xiang H.-F. Zhang. Solid tumour-induced systemic immunosuppression involves dichotomous myeloid–B cell interactions. Nature Cell Biology, 2024; DOI: 10.1038/s41556-024-01508-623 de agosto de 2024 · 11:49
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